Os impactos do Coronavírus no mercado brasileiro
16 de março de 2020

O surto de Coronavírus tem afetado países de todo o mundo, causando mortes em diversos casos. Só no Brasil, já são mais de 130 casos suspeitos. Já na China, país onde o vírus começou a se propagar, os casos já passaram de 81 mil, com mais de 3 mil mortes. Em pouco tempo, o vírus se espalhou por todo o globo, aumentando o número de afetados (veja o mapa atualizado do Coronavírus).

A partir do primeiro caso confirmado no Brasil, o TECADI passou a implantar medidas de prevenção em suas instalações com orientação dos colaboradores em avisos sobre prevenção e sintomas. Estamos também acompanhando de perto colaboradores que estão indispostos ou afastados por algum desconforto de saúde.

Todos esses fatos influenciam o comércio exterior, já que a China, principal país vítima do Coronavírus, é um dos maiores importadores e exportadores do mundo. Diversas cidades permanecem em quarentena, assim como muitas fábricas foram fechadas sem previsão de retorno. E como fica a economia?

Exportações brasileiras

Uma das primeiras consequências imediatas com o surto de Coronavírus é provável desaceleração da economia chinesa. E isso afeta diretamente o Brasil. A China é hoje o principal destino das exportações do Brasil. Essa parceria representa um total de 29% de todas as nossas importações, de acordo com o Ministério da Economia. As revisões para baixo do PIB da China tendem a afetar as exportações brasileiras.

Indústria nacional

Outro ponto importante é a dependência da indústria brasileira sobre os componentes eletrônicos chineses. O Brasil importa da China muitos itens como chips, transformadores, circuitos, peças e até mesmo motores que serão aqui integradas à todo tipo de bem eletrônico desde celulares até máquinas de lavar. Consequentemente, o Coronavírus pode impactar no desabastecimento da indústria brasileira. 

A Eletros, entidade que representa algumas das maiores empresas do setor eletroeletrônico no Brasil, considera preocupante a instabilidade na cadeia logística de importação de insumos produzidos na China, conforme diz a BBC.

De acordo com a gigante chinesa de tecnologia Alibaba, desde o surgimento em janeiro a epidemia do Coronavírus afetou a produção na economia porque muitas pessoas não podem ir ao trabalho ou desempenhar suas funções. 

Importados mais caros

Segundo o economista Ricardo Balistiero, em entrevista ao R7, é provável que as importações sejam impactadas, justamente porque, com o surto, a liberação de produtos nos portos e aeroportos fica mais cara.

“Todos os critérios de vigilância vão ser cobrados. Isso pode encarecer as transações ou preço final”, explicou Ricardo Balistiero.

Os problemas já estão aqui

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 52% das indústrias brasileira já apresentavam problemas no recebimento de materiais vindos da China no início de fevereiro. 

Em relação às nossas exportações, a BBC explica que soja representa cerca de 30% de tudo que enviamos para a China. Em seguida o petróleo (24%) e minério de ferro (21%). Porém, o efeito sobre os preços pode ser apenas temporário, dependendo da duração do surto.

Carne bovina do Brasil em alta

Há uma notícia curiosamente positiva no meio dessa crise de saúde mundial, especialmente para os exportadores brasileiros de carne bovina. De acordo com a agência Reuters, por conta da atual peste suína africana, coronavírus e gripe aviária que afeta granjas em regiões em quarentena na China, é possível que a demanda chinesa por carne bovina brasileira aumente.

Em entrevista à Veja, o presidente da BRF, Lorival Luz, explicou que a epidemia deve favorecer para o aumento de vendas dos produtos de carne congelados e processados.

“O vírus supostamente teve início em um mercado na China onde eram vendidos animais vivos. (…) Todos produtos de carne congelada e processada da BRF passam por checagens de segurança no Brasil antes de serem exportados globalmente”, disse Lorival Luz.

Essa alta de demanda já aconteceu antes. A matéria da Veja ainda lembra que, de acordo com o presidente da JBS, Gilberto Tomazoni, a China elevou importações de carne durante a epidemia de Sars nos anos 2000.

Por fim, e não menos importante, é essencial que todos continuem agindo preventivamente enquanto os cientistas correm contra o tempo pesquisando curas para este novo vírus. Um verdadeiro impacto negativo para todo o planeta. 

Fontes: Veja, R7, BBC, Exame

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